Anotações feitas pelo Eng.Agrônomo Orlando Lisboa de Almeida - 22/03/2011
Local: Auditório Hélio Moreira – Prefeitura Municipal de Maringá
Horário: 20-22 horas
Palestrante: Eng.Civil, professor (UEL), Dr. Aron Lopes Petrucci
O palestrante, Eng.Civil, Dr. Aron Lopes Petrucci para mostrar que não está num futuro distante a perspectiva da falta de água, lembrou o seguinte: Meus pais vieram de Assis-SP para Maringá em 1951-1952 por aí e na Vila Morangueira praticamente não tinha urbanização. Estava tudo no começo. Arranjou emprego aqui na cidade no ramo de farmácia e depois a família mudou para Londrina para ter algum horizonte onde havia umas ruas a mais. Ver o que hoje é Londrina e Maringá, passados apenas seis décadas.
Se os estudantes que estão aqui projetarem mais cinco décadas, estarão num cenário bem diferente de hoje, com urbanização crescente e a água poderá estar escassa mesmo por aqui. Maringá hoje tem ao redor de 2% dos habitantes na zona rural e com toda essa gente migrando para a cidade principalmente nas últimas quatro décadas, a infraestrutura da cidade enfrenta dificuldades. Problemas de estradas, ruas, calçadas, sistema de água, de esgoto, transporte urbano, etc.
A cidade de São Paulo já usa há tempos água vinda do estado de Minas Gerais, como parte do abastecimento. Um sistema com 3 conjuntosntos de bombas de 11.000 HP cada rodando de forma contínua, elevam a água para cima da Serra da Cantareira, já na região metropolitana de SP e de lá a água desce por gravidade para compor o abastecimento da capital.
A água está ficando cada vez mais distante. Londrina antes se abastecia no vizinho Ribeirão Cafezal. Depois, foi reforçado o abastecimento com o Rio Tibagi e hoje tem ainda uma série de poços artesianos adicionais.Há lugares onde se esbanja tanto esse recurso natural ao ponto do gasto ser de 600 litros por habitante por dia. Ele criticou inclusive os japoneses que a todo momento estão criando equipamentos eletrônicos “com um botãozinho a mais” e já vão descartando o equipamento anterior. Isto é prejudicial à natureza. É um gastar, gastar, gastar desenfreado.
Escala da ONU
Água abundante - > de 20.000 m³/habit./ano No Brasil a média é
De 35.000 m³/hab./ano
Água razoável - 2.500 a 20.000 “ Paraná : 12.000 m³
Água Pobre 1.500 a 2.500 “ Estado SP : 2.209 m³
Água crítica < 1.500 “ Estado PE : 1.240 m³
Região de Piracicaba: 408 m³
Região do Baixo Tietê: 200 m³
Com isso, ele comprova que na atualidade a tal fartura de água no Brasil já não é generalizada. Há muita água na Amazônia que é de baixa densidade de população, mas no Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil, há situações críticas. ´
Temos que incentivar o uso racional da água. Ele comparou: nós fazemos gestão do dinheiro que temos, por que não fazer a gestão da água que é um recurso tão importante também? Ninguém chama um táxi e deixa ele lá fora parado, cobrando, enquanto penteamos o cabelo, nos arrumamos... Temos que também ter consciência no uso da água. Fazer a gestão desse recurso.
Disse que na Europa há caixas de descarga com botão 1 e botão 2, sendo que um solta a metade da água do outro, dependendo do tipo de uso que se fez do vaso sanitário. Isto para economizar água. Temos que mudar o paradigma, nosso comportamento. No tempo dele os garotos matavam passarinhos e hoje não se faz mais isso e no caso o paradigma mudou.
Disse que só colocar leis restritivas não garante bom resultado. Tem que mudar a cabeça das pessoas. Não dá para fiscalizar alguém que entra num banheiro e tranca a porta e deixa uma torneira aberta mais que o necessário...
Informou que é mais barato tratar esgoto mais concentrado. Portanto, a economia de água vai demandar menos energia até para tratar o esgoto além de poupar água e dinheiro.
Sobre tratamento e abastecimento de água e esgoto: em média 75% dos custos provêm de dois itens: mão de obra e energia.
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